Embora o iPad, da Apple, e o Galaxy Tab, da Samsung, sejam os tablets
mais conhecidos (e desejados) do mercado, os brasileiros acabam muitas
vezes comprando opções bem mais "baratinhas". Com preços até R$ 500,
esses tablets representaram metade dos 3,1 milhões de aparelhos
vendidos durante 2012, segundo a consultoria IDC. Mesmo com recursos
limitados, eles viraram uma opção acessível – principalmente para quem
ainda não sabe para que serve um tablet.
A escolha desse tablet genérico, aparelho de custo menor que as opções
das marcas mais famosas, funciona quase como um teste: a pessoa ainda
vai avaliar, depois da compra, qual a utilidade dele e se os recursos
oferecidos são mesmo interessantes. "A opção por tablets baratos mostra a
realidade de um consumidor ainda inexperiente em relação ao produto",
analisa Ivair Rodrigues, diretor de pesquisas da consultoria IT Data.
Essas pessoas, frisa o consultor, querem entrar na "moda dos tablets",
mas já possuem em casa um PC ou notebook, comprados recentemente. Como é
um produto novo, o consumidor tende a ser mais econômico e menos
impulsivo, e tablets caros viram apenas uma segunda opção para uma
compra futura. "Ele pensa assim: não vou pagar caro num Apple ou Samsung
se eu nem sei se esse produto vai me atender", explica Rodrigues.
Pedro Hagge, analista de mercado da IDC Brasil, afirma que o uso do
tablet comprado acaba concentrado em tarefas simples como acessar a
internet e jogar. Mas o perfil do consumidor varia muito, segundo ele, e
não se restringe a uma classe econômica específica. "Tem até, por
exemplo, o pai que compra o tablet barato porque a escola onde o filho
estuda pede o dispositivo e ele não quer correr o risco de o aparelho
caro quebrar." Até o final do ano, a consultoria estima que 5,8 milhões de tablets, baratos ou não, sejam comercializados no Brasil.
Recursos limitados
Os tablets de até R$ 500 costumam ser muito parecidos no design e
configuração. A maioria possui tela de 7 polegadas, processador de
núcleo simples e sistema Android. Mas, mesmo se tratando de um aparelho
mais barato, o consumidor deve prestar atenção no detalhe dessas
configurações antes da compra, pois recursos muito fracos acabam
frustrando o usuário.
Se você vai apenas acessar a internet para ler notícias ou e-mails,
checar redes sociais e usar aplicativos de jogos simples, como ''Angry
Birds'' e ''Candy Crush'', não precisa de um tablet tão "potente". Mas
se pretende, por exemplo, rodar jogos com gráficos mais pesados (como
jogos de corrida e de tiro), precisa considerar tablets mais completos
e, consequentemente, mais caros.
O primeiro item a analisar antes da compra é a tela sensível ao toque.
Nos tablets de gerações mais antigas, elas são do tipo resistiva, com
menor precisão nos comandos. Por vezes, é preciso pressionar fortemente o
dedo na tela para o dispositivo responder ao toque. Já em tablets mais
novos, a tela é do tipo capacitiva, mais sensível, precisa e rápida nas
respostas.
Quanto aos processadores, a maioria dos tablets genéricos usa os de
núcleo simples. Aqui, vale o consumidor ficar atento à frequência em que
ele executa tarefas, expressa de MHz a Ghz (quanto maior o valor,
melhor).
A memória RAM, que ajuda o dispositivo durante a execução de tarefas,
também é importante (como no caso anterior, quanto maior, melhor). Por exemplo, um processador de núcleo simples de 800 MHz e 512 MB de RAM é pior que um de 1 Ghz e 1 GB de RAM.
O sistema operacional Android também é mais um indicativo de que o
tablet é de uma geração mais nova ou não. Tablets com Android até a
versão 3.2 costumam apresentar uma configuração de hardware em geral
mais fraca. Os dispositivos mais atuais já utilizam o sistema 4.0 (Ice
Cream Sandwich) e vêm acompanhados de melhores processadores, mais
memória de armazenamento e mais memória RAM.
Depois de avaliar esses três itens, vale prestar atenção aos extras que
o tablet pode oferecer, como TV Digital, conexão 3G, pacote de
aplicativos especiais, duas câmeras em vez de uma única, capa teclado,
entre outros itens.
Vale a pena comprar um tablet ''genérico'' de R$ 200?
Barato demais pode sair caro
Quem sai em busca de tablets baratos chega a se deparar com produtos
que custam até um décimo do que um ultraportátil top de linha. É nessa
hora que consumidores desatentos acabam fisgados. "A pessoa paga menos,
de acordo com especificações técnicas mais simples, mas a compra pode
não compensar no futuro porque não vai atender às necessidades dele",
alerta Maíra Alves, assessora técnica do Procon-SP (Fundação de Proteção
e Defesa do Consumidor de São Paulo).
Antes de comprar o aparelho, o usuário deve fazer uma pesquisa
informal, diz Maíra, como conversar com amigos que já tenham adquirido o
tablet e fazer buscas na internet. "Nas redes sociais e sistemas de
busca, ele pode achar informações sobre a qualidade daquele produto",
aconselha.
Ivair Rodrigues, da IT Data, sugere ainda aos consumidores que prestem
atenção no prazo de garantia dos tablets. "Há produtos no mercado nessa
faixa de preço com apenas três meses de garantia", diz. O prazo de ao
menos um ano é melhor.
Outro ponto importante é verificar a existência do selo de homologação
da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Isso indica que o
aparelho foi testado pelo órgão e recebeu sua aprovação para ser
comercializado.
Assistência técnica
Optar por produtos feitos no Brasil pode ser vantajoso, dizem os
especialistas, caso o tablet apresente algum problema de funcionamento. A
fabricante nacional obrigatoriamente tem de oferecer assistência
técnica.
O conserto pode ser feito em até 30 dias, conforme estabelece o Código
de Defesa do Consumidor. Expirado o prazo, o consumidor pode pedir a
troca imediata, devolução do dinheiro ou abatimento proporcional do
valor pago, no caso de o produto ainda poder ser usado mesmo com
defeito.
Já os produtos importados ficam sob responsabilidade do importador e da
rede varejista que comercializou o produto. A fabricante internacional
também pode ser responsabilizada, mas entrar em contato com ela nem
sempre é uma tarefa fácil -- muitas delas são de origem chinesa.
Segundo o Procon-SP, o importador é responsável por acidentes de
consumo (qualquer defeito que traga algum dano à saúde ou segurança do
consumidor). A loja deve efetuar a troca do produto ou a devolução do
valor gasto.
Dicas ao escolher
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